Confira abaixo os principais acontecimentos que mexeram com o mercado durante a semana do dia 4 a 8 de dezembro de 2023.

Durante a COP 28 em Dubai, o ministro de Minas e Energia destacou um assunto que vem sendo muito discutido no Brasil: a elevação da mistura de biodiesel no diesel para o percentual de 25%. Atualmente o teor está em 12%, programado para ir a 13% em março de 2024, e depois seguir aumentando 1 ponto percentual por ano. Já com relação a adição de etanol na gasolina, foi criado um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade técnica da mistura passar dos atuais 27% para 30% em todo o território nacional. Ambas as questões deverão ser discutidas na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética, marcada para 14 de dezembro. Segundo a ABIOVE, a elevação do percentual de biodiesel ao diesel poderia gerar uma demanda adicional de 50 milhões de toneladas de soja até 2036, e consequentemente mais investimentos no setor. Por outro lado, hoje, a mistura encarece o valor do diesel na bomba, e a ANFAVEA afirma que os motores atuais não estão preparados para esse nível de mistura.

A possível redução do teor de umidade da soja de 14 para 13% continua sendo motivo de preocupação para o produtor. Essa alteração volta à tona após o Ministério da Agricultura e Pecuária defender uma revisão do Regulamento Técnico da Soja, atendendo critérios internacionais. Segundo a proposta, alguns dos benefícios seriam uma melhor qualidade de armazenamento e a redução de custos de frete. Entretanto, entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) já se manifestaram contrárias à mudança. Segundo essas entidades, precisaria haver algum tipo de compensação para os produtores, pois, enquanto a indústria e os armazéns se beneficiariam com um produto de melhor qualidade para transporte e armazenamento, os produtores arcariam sozinhos com o prejuízo que essa redução de peso geraria.

Em uma enquete realizada durante a premiação dos Melhores do Agronegócio, a logística da safra 23/24 foi apontada como a principal preocupação pelas empresas participantes. Para 41,5% dos mais de 200 executivos presentes no evento, a cadeia de distribuição do setor seria o principal desafio dessa próxima safra. Essa apreensão ocorre após um ano em que a logística de escoamento sofreu com dois fatores principais; o grande volume produzido de soja e milho, e os atrasos que ocorreram na comercialização dessa produção.

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