Há algumas semanas, noticiamos que os EUA começaram a relaxar as sanções contra a comercialização de petróleo da Venezuela. A contrapartida de Maduro seria conduzir o próximo processo eleitoral de forma transparente. Entretanto, na semana passada, foram suspensos todos os efeitos das eleições primárias da oposição, que teve María Corina Machado como vencedora. Agora precisamos ver como os EUA se comportarão, pois claramente gostariam de ter o petróleo do país sul-americano fluindo sem restrições, como atenuante aos conflitos no leste europeu e no Oriente Médio. É importante acompanharmos, já que a safra está a pleno vapor, e um diesel mais caro elevaria os custos e reduziria as margens de todos os elos da cadeia.

O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou o fim do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) para privatizar a gestão do Porto de Santos. Como alternativa, o governo planeja atrair capital privado por meio de PPPs para suprir a demanda do porto nos próximos anos. Entretanto, tal medida acende um alerta para o agronegócio. O Porto de Santos, mesmo com a criação de alternativas logísticas, vem se destacando ano após ano na movimentação de carga para o setor, e a expectativa é que continue sendo protagonista nos próximos anos. Mas, para isso, é imprescindível que agora, com o fim da privatização, o governo faça sua parte e dê condições para viabilizar parte dos projetos da iniciativa privada. No pipeline do porto que impacta o agro diretamente, há pelo menos 20 grandes projetos em diferentes maturidades, e as cifras podem passar facilmente dos 50 bilhões de reais.

Confirmando as expectativas do mercado, o Copom reduziu a taxa Selic em mais meio ponto percentual, fixada agora em 12,25% ao ano. Vários analistas e instituições financeiras já previam essa redução, embora haja uma crescente de incertezas no cenário externo e na capacidade do governo na condução da política fiscal. A expectativa é que a redução traga um menor custo financeiro para o produtor, o que pode estimular operações de curto prazo, principalmente para a segunda safra. Por outro lado, boa parte dos projetos estruturantes que necessitam de linhas de longo prazo ainda deve ficar na gaveta, já que as taxas ainda são consideradas relativamente altas.

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